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Dizem que o sucesso é um péssimo professor. Que a dor ensina. Quase sempre concordo com tudo isso. Mas, às vezes, continuar aprendendo é algo que às vezes cansa, sabe?!

Olha só, fiz e faço muitas coisas na vida que dão certo. Outras, nem tanto. Na verdade, a maioria do que faço não dá certo, pelo menos da primeira vez. Então, sou alguém que erra muito mais, mas que persiste até acertar.

Muitas pessoas dizem que é fácil atribuir o êxito na vida a nós mesmos. Que quando alguma coisa dá errado, é mais fácil e até mais reconfortante atribuir a “culpa” às outras pessoas.

Na prática, quando culpamos o outro por algo que nos afeta, retiramos o limite da instabilidade emocional que estava trancada em nós e compartilhamos com o ambiente. Isso pode ser reconfortante, mas dor externada não é necessariamente compartilhada. No fim, “descargas emocionais” apenas aumentam o desgaste (acredite, aprendi e tenho aprendido isso na prática).

É claro que quando alguma coisa não está certa, eu vejo que o problema “está no outro” como é, dizem, o comportamento padrão do humano. Entretanto, eu sempre vou um pouco mais longe. Eu acho que o problema está também no outro, mas está em mim.

Deixe-me explicar. Sempre que alguma coisa não vai bem, sob alguma perspectiva razoável de avaliação, tenho a tendência de chamar a responsabilidade para mim. O que eu fiz para colaborar com o erro (do outro)? O que eu poderia ter feito diferente para que o outro não errasse? O erro do outro se manifesta como erro meu, percebe?

Quando eu erro, erro sozinho. Quando o outro erra, eu erro junto. Moral da história? Estou sempre errando. Pelo menos, essa é a sensação que eu tenho. E sentimentos são mais importantes do que os fatos concretos, pelo menos para quem está sentindo, não é mesmo?

Se entendo que o problema está em algo que alguém está fazendo, penso no que eu posso mudar e ajustar no meu comportamento para “ajudar o outro a fazer a coisa certa”. Criar o estímulo certo, delinear o caminho certo. Por aí vai. Essa atitude ajuda o outro, mas me deixa mais preparado, mais “cascudo”, então, me ajuda também.

Dessa forma, toda adversidade se confirma como uma semente de oportunidade. Essa oportunidade se converte em crescimento, para mim e para quem está no entorno. De fato, sob essa ótica, a dor realmente ensina.

O problema é que transformar adversidade em oportunidade é algo que pode desgastar quando a corrente de adversidades está “fluindo demais”.

Sei que devemos ser gratos nas tribulações, que toda adversidade produz paciência, dela a experiência e daí a esperança. Mas, ando tendo a sensação de estar desenvolvendo paciência demais, experiência demais, e estou com medo de, daqui a pouco, perder a capacidade de comportar tanta esperança (sim, estou sendo sarcástico).

Escrevo aqui, quase em tom de desabafo. Já com uma pontinha de culpa, como quem reprova o que está escrevendo.

Tudo bem. Escrevi. Externei. Gerei instabilidade.

Na prática, vou continuar transformando tribulação em oportunidade. E vou aproveitar as oportunidades.

O sucesso é um péssimo professor. Mas também tenho que dizer que ele anda, graças a Deus, dando aulas para mim com uma ótima frequência. Se ele, o sucesso, é um professor ruim, deixa eu compensar sendo um aluno melhor, afinal, se eu faço isso com todo mundo, por que não fazer com ele também?

13/04/2024
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