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Nada mais desigual do que tratar pessoas diferentes de forma igual.

A “Regra de Ouro” nos diz para tratar os outros como gostaríamos de ser tratados. É um começo, mas podemos fazer mais.

Que tal irmos além e tratarmos as pessoas como elas querem ser tratadas? Melhor, mas ainda não é o suficiente.

Vamos mais longe: tratar as pessoas como realmente precisam ser tratadas. Isso sim é empatia e sensibilidade autênticas.

Fácil de dizer, difícil de fazer. Confesso que frequentemente caio na armadilha da “Regra de Ouro”, tratando os outros como eu gostaria de ser tratado. E muitas vezes, os resultados são bem diferentes do que esperava.

Imagine um pai que dá ao filho um remédio amargo, sabendo que é o melhor para ele. Ele faz isso não porque é fácil, mas porque é necessário. Essa é a verdadeira essência da liderança — tomar decisões difíceis pelo bem maior, mesmo que impopulares.

Esse exemplo pode parecer que defendo um controle excessivo, mas não é minha intenção. Eu valorizo líderes que inspiram e compartilham uma visão. No entanto, a realidade está cheia de surpresas. Não são os grandes obstáculos que nos desafiam, mas as pequenas pedras invisíveis no caminho.

Admiro a liderança baseada em propósitos e a autonomia. No entanto, ao evitar os detalhes, frequentemente colho resultados inesperados. As pessoas entregam o melhor do que entenderam, não necessariamente o que eu precisava. Isso gera frustração para ambos os lados.

Observo que a liderança moderna muitas vezes falha ao focar demais em grandes propósitos e esquecer os detalhes práticos, como definir claramente o que esperamos alcançar. Criamos contratos de resultados vagos que acabam sendo inúteis ou até prejudiciais.

Eu me sinto bem no caos, mas percebo que a maioria das pessoas prefere ordem e previsibilidade. Preciso me ajustar a isso. Se desejo o melhor dos outros, devo fornecer o que eles precisam para então esperar o mesmo em retorno.

A verdadeira liderança não se trata de impor nossa visão, mas de entender profundamente as necessidades dos outros e agir de acordo. Não é sobre o que as pessoas dizem que querem, mas sobre o que realmente precisam.

Como líderes, precisamos de clareza e devemos fornecer essa clareza aos outros sobre como priorizar quando tudo parece urgente.

Alinhar propósitos não é apenas falar sobre onde queremos chegar; é também guiar, aconselhar e oferecer suporte no caminho para garantir que todos cheguem seguros ao destino.

Você, eu, todos nós. Não somos iguais.

Nada mais desigual do que tratar pessoas diferentes de forma igual.

12/04/2024
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