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Hoje pela manhã, reli dois textos meus de anos atrás. O primeiro sobre “o dia em que percebi que era mais velho que meu pai” e o segundo sobre “o dia em que percebi que sou mais novo que meu filho“. Dois anos separam um texto do outro, mas “o outro” continua a reflexão iniciada pelo “um”.

Reler textos antigos que escrevemos é intrigante porque, de certa forma, foram escritos por alguém que já não somos. Eu, certamente, não sou mais aquele Elemar do primeiro nem do segundo texto. Transformei-me, embora ainda seja “eu”.

Sinto uma saudade imensa daquela versão antiga de mim. Se pudesse encontrar-me na época daqueles textos, daria um abraço em mim mesmo e diria: “está tudo bem”, “tudo vai dar certo”, “o melhor ainda está por vir”.

Na impossibilidade de encontrar o “eu do passado”, vou permitir-me um abraço para o “eu do presente” agora mesmo.

Está tudo bem. Tudo vai dar certo. O melhor ainda está por vir.

Certa vez, um filósofo foi encontrado chorando à beira de um rio. Ao ser questionado, explicou que chorava por ver o rio pela última vez. Lembraram-no de que o rio estaria ali no dia seguinte, mas ele, angustiado, respondeu: “Amanhã, as águas que passaram não voltarão; o rio não será mais o mesmo, nem eu.”

A vida é uma interminável sequência de despedidas de quem fomos e encontros com quem estamos nos tornando.

Luto e saudade pelo que fui. Paciência com o que sou. Celebração e Esperança por quem eu serei.

26/04/2024
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