Há alguns anos, em meio a uma fase turbulenta da vida, busquei apoio psicológico. Aliás, deixa eu dizer que todo mundo deveria fazer terapia, se puder.
Há coisas que são difíceis de falar com pessoas que fazem parte da tua rotina. Amigos, colegas, pais, irmãos, filhos, cônjuges — enfim, todos que a princípio querem apenas o nosso bem, mas que estão sempre, de alguma forma, envolvidos em nossos contextos.
Um bom terapeuta te ouve, te dá bons conselhos e não tem, pelo menos inicialmente, envolvimento direto com você. Tudo se torna mais fácil.
Voltando à busca de ajuda de anos atrás…
Em poucos minutos, a terapeuta que havia acabado de conhecer (e que viria a se tornar uma das minhas melhores conselheiras), disse algo que nunca vou esquecer.
Ela disse: “Elemar, na vida, em qualquer relação — seja ela profissional ou amorosa — devemos sempre nos perguntar se estamos melhor por estarmos dentro da relação do que estaríamos fora dela. Essa é a justificativa do porquê duas pessoas que se amam, às vezes, não podem ficar juntas.”
Já perdi a conta de quantas vezes repeti essa frase, um ótimo conselho, aliás, tanto para mim mesmo quanto para os outros.
Pois bem, às vezes, nem o amor mais genuíno é suficiente para sustentar uma relação. Dói sair, mas dói mais ficar.