Quem está ao seu redor? Qual o verdadeiro interesse dessas pessoas em estar perto de você? Quem você permite que compartilhe da sua intimidade? A quem você dá acesso ao que você faz ou àquilo que você tem?
Li em um livro que as relações entre pessoas geralmente começam por algum tipo de interesse, mas se mantêm, no longo prazo, por afinidade. Aliás, as amizades, as verdadeiras, pelo menos, são aquelas que migram do interesse para a afinidade genuína. Embora possa parecer rude à primeira vista, essa explicação realmente faz muito sentido para mim.
O grande problema, penso eu, é quando, com o tempo, você continua ao lado das pessoas por afinidade, mas elas permanecem ao seu lado por interesse. Você dá sem esperar nada em troca. O outro pega, sem intenção de dar nada em retorno!
Quando as diferenças se tornam inegáveis, o desgaste surge. Geralmente, quem já está sintonizado na afinidade sofre. Quem está “no interesse” nem percebe.
Qual é o caminho então? É crucial identificar bem nossas relações, especialmente as mais íntimas. Quem compartilha de sua intimidade, quem come à sua mesa rotineiramente, não deveria estar ali por interesse. A intimidade deveria ser reservada para as afinidades.
Na sua vida, você é como um monarca com uma corte. Cuidado, porque ali sempre há os interesseiros. Não perca eles de vista, não os ataque; eles são naturalmente difíceis de confiar, tampouco são dignos de confiança. Mas, não trate como sábio conselheiro, o espião, o mercenário, a meretriz, o escarnecedor, o bobo da corte. Tente, também não ser essa pessoa. Recuse a intimidade de quem você não conseguiu desenvolver afinidade.
Ultimamente, tenho feito uma distinção entre pessoas movidas por “interesse” e aquelas unidas por “afinidade”. Felizmente, os véus acabam caindo. Não posso exigir que as pessoas sejam para mim o que eu sou para elas. No entanto, sempre tenho a opção de “restringir” os benefícios de quem pensa mais em algo que eu tenho, que posso fazer, nos meus contatos, ou seja, nos benefícios de estar comigo, do que em quem sou e sobre como estou me sentindo.
Seja cuidadoso com o seu entorno, ou ele te consome.
Para a vida, deixa eu te dar um conselho que é útil para o longo prazo: Sempre vale mais a pena ser interessante e interessado do que interesseiro.