Se há algo que tenho visto aqui na Áustria nos últimos dias, são montanhas. Gigantescas e imponentes. Nessa época do ano, estão todas cobertas de neve.
Modéstia não é uma das minhas forças. Mas é fácil lembrar como sou pequeno diante dessas montanhas. Elas não são opressoras, mas confesso que, ao contemplá-las, às vezes me sinto oprimido.
Hoje, estive no alto de uma delas. Tão alto que cheguei ao cume de “bondinho” depois de vários minutos de viagem. Lembrei do ensinamento de Cristo registrado em Mateus 17, que diz que bastaria uma Fé do tamanho de um grão de mostarda para mover qualquer montanha.
Nunca deixo de me surpreender com a didática do mestre. Aqui, Ele escolheu uma das menores sementes para confrontar uma das maiores manifestações físicas da criação.
No alto da montanha, comecei a pensar sobre a Fé. O que é a Fé?
A Fé, Paulo ensinou, é o firme fundamento do que se espera e a prova daquilo que não se pode ver. Imagine um agricultor que planta uma semente sem ver o que há debaixo da terra, mas acredita firmemente que, em algum momento, ela germinará. Assim é a Fé: acreditar naquilo que não vemos, mas esperamos com confiança.
A Fé, Tiago ensinou, é persistente e ativa. Sem ação, a Fé é morta. A Fé é chamar à existência algo que ainda não existe como se já existisse. Sem dúvidas. Aliás, é interessante que até mesmo Deus manifesta Fé em Gênesis, pois em toda a narração da criação Ele primeiro chamou as coisas para que elas então existissem (como em “Que se faça a luz e a luz se fez”).
Voltando à montanha e à mostarda, tenho eu Fé? Poderia eu mover a montanha? Só por perguntar, percebo que a que tenho ainda é suficiente. Humildemente reconheço que até a mostarda não tem nada de pequena e que também precisa ter a sua. “grandeza” reconhecida. Quanto a mim, o jeito é continuar avançando.
Que eu a desenvolva então, de maneira ativa, não para mover montanhas da Áustria ou de lugar algum, mas para mover a mim mesmo. Que essa Fé me permita transformar meus dias, enfrentar desafios cotidianos e ser uma versão melhor de mim a cada dia.
Para todo lugar que olho, vejo montanhas. Acho que é hora de procurar por mais sementes de mostarda. Um passo de cada vez!