No entrelaçar do “já não mais” e do “ainda não”, onde nos descobrimos? Nesse limbo, conhecido como liminaridade, pausamos, suspensos no tempo, à espera de um novo despertar. Esse conceito nos fala de transições, de uma existência flutuante em um mar de incertezas, onde cada passo adiante é uma despedida do familiar.
Como encaramos esse abismo, esse vazio sem trilhas, onde as sombras do “ainda não” ocultam tanto o temor quanto a promessa? E se, nas profundezas desse desconhecido, onde as trevas cobrem tudo, estivesse a semente da transformação aguardando para germinar?
Em cruzamentos de relacionamentos, onde ecos do passado encontram murmúrios de futuros incertos, como nos orientamos? Nosso coração, perdido entre o que foi e o que será, anseia por pistas do “ainda não”. Talvez, essas despedidas sejam convites silenciosos para nos reinventarmos.
O que significa, então, percorrer esse espaço de transição? Será que podemos acolher a solitude dessa jornada como uma companheira, enxergando nela a chance de evoluir?
A liminaridade nos convoca a introspecção, a questionar nossa essência quando as etiquetas do passado já não nos definem. Ela nos incentiva a buscar a beleza no incerto, a valentia no inexplorado. Mas como? Como forjar força na fragilidade desse “lugar intermediário”?
Meditando sobre a natureza da mudança, como nos preparamos para o que está por vir? Como acolhemos o desconhecido, não com receio, mas com a esperança de que, em algum recanto desse abismo, aguarda-se a promessa de um novo início?
Ao nos depararmos com esse limiar, como decidimos avançar? Como nos recordamos de que, mesmo na escuridão, existe um fio de possibilidade, esperando ser descoberto pela nossa coragem?
A liminaridade, com seu apelo à mudança, nos faz ponderar que, talvez, seja na incerteza que a vida realmente brilha. Então, como habitamos esse espaço de “já não mais” e “ainda não”? Como essas transições esculpem quem somos e o que nos tornaremos?
Afinal, a jornada não se trata apenas de transitar de A para B, mas de compreender quem fomos e vislumbrar quem podemos ser.