Lembra do Gamarra? Aquele zagueiro paraguaio que jogou em diversos clubes no Brasil?
Quando chegou no Internacional de Porto Alegre, perguntaram pra ele: “Gamarra, quem é o melhor zagueiro do mundo”. Ele respondeu: “Para mi Madre, yo soy.”. Genial.
Bourdieu explica:
Os circuitos de consagração social são tanto mais eficazes quanto maior a distância social do objeto consagrado.
Entendeu? Não? Nem eu, na primeira vez que ouvi. Mas, ainda bem, Clóvis de Barros Filho ajuda:
Você escreve um livro e recebe exatamente o mesmo elogio de três pessoas. Todas dizem: “Parabéns, excelente trabalho, livro espetacular”. A primeira pessoa é sua mãe, a segunda, um bom amigo, e a terceira, um desconhecido. Qual desses elogios tem mais peso para sua “consagração social”?
Agora as palavras de Bourdieu fazem sentido, não?
Óbvio que o elogio do desconhecido é mais consagratório do que o de um amigo, que também seria mais consagratório do que o da mãe; ele tem a maior distância social.
De todos os elogios, qual o menos eficaz? O elogio que fazemos a nós mesmos. Por quê? Porque a distância social é zero.
Mas, você pode argumentar: E o Romário? Ele se elogia o tempo todo.
Convenhamos, Romário se diz “o cara”, mas, além dele, muita gente muito boa diz a mesma coisa, publicamente. A opinião manifestada pelos outros é que torna ele “o cara”. O que ele diz sobre si mesmo? No fim das contas, só gera polêmica – ou até prejudica.
Outro exemplo? Ok.
O apóstolo mais amado? João, conforme o “Evangelho segundo João”. Mas ele era João, escolhido por Ele. Mas, cá entre nós, em termos de consagração social, seria mais interessante que esse reconhecimento acontecesse em outro Evangelho.
E a gente? Bom, nem Romário, nem João. Então, é melhor evitar o autoelogio.
O risco de elogiar a si mesmo? Tentar parecer poderoso, mas apenas soar inseguro.
Gamarra sabia disso tudo, e jogava bola pra caramba. E você, vai insistir no autoelogio ou deixar que os outros falem por você?
Falo mais sobre “distância social” nos meu clube de estudos, onde ensino como construir uma boa reputação e fortalecer o marketing pessoal, sem ficar jogando confete em si mesmo. Ficarei feliz em tirar suas dúvidas.
E aí, conhece alguém que precisa desse toque? Manda pra ele.