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Eu, Elemar Júnior, escolhi ser Cristão. Acredito em Deus! Estudo a Palavra e busco nela uma comunicação ativa com o Criador. Busco entender, pois enquanto eu sou intermitente, Ele é constante. Entendo que Deus é “ativado”, não ativo. Deixe-me explicar melhor essa perspectiva.

Hoje, estava “tentando praticar” a Exegese de Deuteronômio 29, um capítulo desafiador que, como muitas outras partes das Escrituras, se revela complexo. Confio em diversos recursos e, sobretudo, na ajuda do Espírito Santo para discernir o que encontro. E, acredite, essas lições são sobre nós, hoje.

A lição de Deuteronômio 29 é clara: todos estamos envolvidos. Enquanto estudava, me deparei com o tema da Renovação da Aliança entre Deus e o povo de Israel, que desta vez se estende aos Estrangeiros – como você e eu. É uma menção mais explícita de nós nas Escrituras, destacando nossa inclusão nessa aliança.

Entramos aqui em um conceito fundamental: a dualidade de bênçãos e maldições. O capítulo menciona dois montes, Gerizim e Ebal; um simboliza a fonte das Bênçãos, o outro, das Maldições. É dito que ambas vêm do alto, em um fluxo contínuo, e o que “capturamos” depende de nossa sintonia, moldada por nossos pensamentos e atitudes.

A escolha é nossa. Conectar-se ao Gerizim exige pensamentos positivos e ações corretas, estabelecendo um ciclo de sentimentos que alimentam pensamentos e ações, e vice-versa. Este não é um sistema de causa e efeito, mas um fluxo contínuo que forma a base de nossas experiências.

Mas permita-me aterrissar essa ideia: Quando falo que Deus não intervém diretamente, quero dizer que Ele não está mandando castigos ou bênçãos de forma ativa. Ele está “ativado” no sentido de que deixou um sistema perfeitamente ajustado, que opera conforme foi criado, conforme descrito em Gênesis.

Refletindo sobre nossa responsabilidade, é claro que Deus não enviou a enchente para o Sul. Ele criou um mundo com sistemas que, naturalmente, permitem tais fenômenos. Nós, por vezes, somos os desalinhados com este equilíbrio.

Recentemente, errei ao compartilhar preocupações em redes sociais em um momento de fraqueza. As reações foram polarizadas, e a conversa se voltou para a política. Eu buscava acolhimento, mas talvez não estivesse sendo acolhedor.

Estamos em um momento difícil, e como Salomão já advertia, esses momentos são parte do sistema. Ele nos orienta a estar preparados, uma tarefa desafiadora.

Voltamos, então, à escolha dos montes. Deuteronômio 29 aborda a responsabilidade individual e comunitária e discorre sobre bênçãos e maldições, emanadas dos montes Gerizim e Ebal. A questão crucial é qual monte escolhemos para nos conectar, uma escolha determinada por nossa conduta.

Quando nos conectamos com as maldições, ouvimos o Ebal. Quando nos conectamos com as Bênçãos, estamos ligados ao Gerizim. Mudar nossa conexão externa começa com uma mudança interna em nossos pensamentos. Se isso é desafiador, devemos tentar alterar o que ocorre ao nosso redor.

Convido você a essa jornada de transformação. Estou comprometido com ela. Que a Graça e a Misericórdia do Pai nos orientem. Que o Espírito Santo nos dê clareza e sensatez para entender os sinais divinos.

Gerizim e Ebal permanecerão. Manifesto minha escolha de me conectar ao Gerizim e bloquear qualquer influência que me ligue ao Ebal. Vou agir de acordo, com a ajuda de Deus. Presto atenção ao que ouço, pois a fé vem pelo ouvir. Serei proativo, com o suporte de um Deus “ativado”.

A Bênção está lá, esperando por nós.

08/05/2024

O Rio Grande do Sul está mais uma vez sendo castigado pelas chuvas, em volumes muito acima dos comuns.

Ironicamente, em muitas cidades, o excesso de água dos céus já se transformou em escassez de água nas torneiras.

Mortes. Desaparecimentos. Pedidos de socorro sem resposta.

Para quem vive em áreas baixas, é a inundação. Para quem reside nas partes mais altas, é o desabamento junto com os deslizamentos.

Ir e vir se tornou impossível. A maioria das estradas está bloqueada. Pontes ruíram, árvores tombaram, alagamentos e deslizamentos se espalham.

São dias sombrios, que infelizmente têm se repetido por aqui…

Eu sou privilegiado. Estou em segurança. Preocupo-me com os meus entes queridos. Mas, parece que está tudo bem.

Momentos como este nos fazem lembrar da nossa insignificância e impotência.

Recordo-me das palavras de um conhecido tempos atrás: “Você acha que estamos destruindo o planeta? Nada disso! Estamos nos autodestruindo. O planeta vai se regenerar, vai continuar. Quem não vai resistir somos nós.”

01/05/2024

Interessante a quantidade de camadas que a comunicação pode ter, né? Quer um exemplo bem legal? Dá só uma olhada em como alguns números na Bíblia aparecem várias vezes. Mas ó, não é só uma questão de repetição não, eles trazem significados bem profundos para o que está sendo contado.

Deixa eu te mostrar um pouco sobre isso…

Começando pelo número 7 representando completude e perfeição. Sabe a história da criação do mundo em sete dias que tá lá no Gênesis? Pois é, o sétimo dia ainda é o Sabbath, um dia só para descanso e santidade. Esse número aparece um monte de vezes na Bíblia, quase sempre quando querem reforçar a ideia de algo completo, algo que se encerra perfeitamente.

O número 40 geralmente vem colado em histórias de testes e desafios. Noé, por exemplo, encarou 40 dias e noites de chuva sem parar. Os israelitas? Passaram 40 anos no deserto. Moisés ficou 40 dias lá no Monte Sinai, e Jesus jejuou por 40 dias no deserto antes de começar a pregar. O número 40 é quase um símbolo de preparação, de limpeza antes de começar algo novo.

O número 12, olha só, tá ligado à organização, ao governo divino. Tem as 12 tribos de Israel, os 12 discípulos de Jesus, e até a Nova Jerusalém que é descrita com 12 portas. Esse número fala de uma estrutura completa e perfeita, mostrando a autoridade de Deus e a solidez do Seu povo.

E não podemos esquecer do 3, né? Diretamente ligado à Trindade no Cristianismo – Pai, Filho e Espírito Santo. É a unidade divina. Esse número também aparece em outros grupos de três importantes na Bíblia, tipo as Três Virtudes Teologais: Fé, Esperança e Caridade.

Chegando no 10, esse fala diretamente de ordem e lei – pensa nos Dez Mandamentos. E tem mais, várias outras coisas na Bíblia são organizadas em grupos de dez, como as dez pragas do Egito.

O 4 simboliza a totalidade da criação. Isso aparece nas quatro direções principais, nos quatro elementos e nas quatro estações do ano. E no Apocalipse, os quatro seres viventes que simbolizam partes da criação.

E por último, o 6, que muitas vezes mostra imperfeição ou o lado mais humano das coisas, especialmente quando você lembra do número da besta, 666, lá do Apocalipse. Ele é justamente um abaixo do 7, faltando aquela perfeição.

Viu só? Muito mais do que números, né? Eles são verdadeiros símbolos carregados de significado.

01/05/2024

Sua reputação leva seu nome longe. Até quando você mesmo deixa de ser relevante, seu nome ainda pode ecoar… Quer um exemplo bem prático? Tenho um para você. Mas, antes, vamos contextualizar.

Então, você já ouviu falar em casamento levirato? Não? Deixa que eu explico.

O casamento levirato é uma prática antiga que obriga um homem a casar-se com a viúva de seu irmão falecido. A ideia principal dessa tradição era fornecer suporte e proteção à viúva, além de manter os bens e a linhagem familiar unidos. Essa prática não só reforçava a solidariedade familiar, mas também garantia que os filhos do irmão falecido continuassem sendo criados dentro de sua própria família.

Essa tradição era particularmente marcante entre os judeus, onde havia uma especificidade interessante: se a viúva ainda não tivesse filhos, o primeiro filho com o “novo marido” seria considerado descendente do irmão falecido, uma forma de perpetuar sua linhagem mesmo após sua morte.

A história de Judá, um dos filhos de Israel, ilustra isso bem. Ele pediu ao seu filho Onã que se unisse à viúva de seu irmão falecido Er, Tamar, com o objetivo de dar continuidade à descendência do irmão.

Onã, contudo, relutante e teimoso, se recusava a aceitar que seus futuros filhos fossem considerados descendentes de seu irmão falecido. Em um ato de desobediência, ele praticou o “coito interrompido” — uma prática que ele acreditava que frustraria os planos sem desobedecer tecnicamente. Segundo as escrituras, isso foi visto como uma grave desobediência aos deveres familiares e religiosos. Como consequência, Onã foi punido por Deus, que o matou por sua rebeldia.

É dessa história que surgiu o termo onanismo. Inicialmente, era uma expressão técnica para “coito interrompido”. Com o tempo, porém, o significado de “onanismo” evoluiu e passou a ser comumente usado como um sinônimo para masturbação. Essa mudança no significado é resultado de interpretações e ensinamentos posteriores que expandiram o conceito para incluir qualquer forma de atividade sexual que não resulte em procriação.

Imagina só, ter seu nome associado, por toda a eternidade, primeiro a uma prática de evitar a paternidade, e depois, evoluindo para algo ainda mais íntimo e pessoal… de “fazer nas coxas” a “punheteiro”.

É bom pensar bem no que você faz ou deixa de fazer. Seu nome pode ficar marcado por isso muito mais tempo do que você mesmo.

01/05/2024

Há um filme antigo estrelado por John Travolta chamado “Fenômeno”. Adoro esse filme! Nele, George, interpretado por Travolta, adquire uma inteligência fora do comum após um evento estranho.

Em uma das cenas mais memoráveis do filme, George é “testado” por um médico que tenta determinar se ele realmente é um fenômeno ou uma aberração.

Você já se perguntou como pequenos detalhes podem alterar completamente a percepção de uma situação?

Bob: Responda o mais rápido que puder. Que idade tem uma pessoa nascida em 1928?

George: Homem ou mulher?

Bob: Por que isso é importante?

George: Temos que ser específicos, Bob.

Bob: Ok, mais uma vez. Que idade tem um homem nascido em 1928?

George: Ainda vivo?

Bob: Se um homem nasceu em 1928 e ainda está vivo, que idade ele tem?

George: Em que mês ele nasceu?

Bob: Se um homem nasceu em 3 de outubro de 1928 e ainda está vivo, que idade ele tem?

George: A que horas?

Bob: Às 10 horas… Da noite!

George: Onde?

Bob: Em qualquer lugar.

George: Vamos ser específicos, Bob. Se o cara ainda está vivo, nasceu na Califórnia em 3 de outubro de 1928 às 22 horas, ele tem 67 anos, 9 meses, 22 dias, 14 horas e 12 minutos. Se ele nasceu em Nova Iorque, é 3 horas mais velho.

Essa cena ilustra de forma poderosa duas lições importantes:

  1. sem detalhes suficientes, até uma pessoa extremamente inteligente pode fornecer uma resposta diferente da esperada e, ainda assim, estar correta.
  2. Algumas vezes, mesmo o que parece ser exagero de detalhes, deixa brechas para interpretações e enganos.

Recentemente, tenho me esforçado para fornecer cada vez mais detalhes ao especificar o que precisa ser feito em projetos.

Quando estabeleço uma meta, faço o possível para que ela seja SMART. No entanto, ainda recebo entregas que não correspondem ao que esperava. Será que o problema está nos detalhes ou na forma como são interpretados? Será que mais detalhes ajudam ou atrapalham? Se eles não fazem diferença positiva, vale a pena continuar me esforçando para fornece-los?

Na tentativa incessante de fazer sempre o correto, de ajudar o outro a acertar, tento ser mais específico e fornecer mais detalhes. Quanto mais detalhes, maiores as chances de a pessoa entregar exatamente o que eu esperava. Mas, muitas vezes, detalhes demais não só não resolvem como também são fonte de confusão. “Mais informações” nem sempre equivale a “melhores resultados”.

O que tem ficado mais claro para mim é que, sim, vale a pena ser o mais claro possível sobre o que espero. Entretanto, também tem ficado cada vez mais claro que, independente dos meus esforços, sempre pode haver algo faltando. Pessoas diferentes interpretam uma mesma informação de maneira diferente. As vezes, de maneira completamente diferente!

De vez em quando, as pessoas vão me entregar algo diferente do que eu espero. Tudo bem. Precisa estar tudo bem! Vemos o mundo sob perspectivas diferentes. Interpretamos coisas diferentes, para uma mesma questão. Isso é normal.

O segredo está em aprender a aceitar isso. Alinhar expectativas, sim. Mas, principalmente, aprender a lidar da melhor forma possível com as frustrações. Afinal, como podemos crescer se não estivermos prontos para enfrentar o inesperado?

29/04/2024

Você já jogou basquete sem contar os pontos? Eu já tentei, mas deixa eu te dizer: não vale a pena. O jogo perde a graça.

Na verdade, dizer que fica “sem graça” talvez seja um exagero. Mas o fato é que tudo se torna muito mais interessante com um placar. As fintas audaciosas e os arremessos arriscados que falham têm suas consequências. É bem mais fácil agir com menos responsabilidade quando o preço a pagar é baixo.

A presença do placar, a noção de estar ganhando ou perdendo, muda tudo.

Pôquer, por exemplo, é um jogo completamente diferente quando as apostas são grãos de feijão, outro quando são centavos e, finalmente, algo bem distinto quando se trata de dinheiro de verdade. As regras são as mesmas, mas o jogo é totalmente outro.

Uma vez vi Rogério Ceni, ex-goleiro do São Paulo e hoje treinador, treinando cobranças de falta durante o intervalo de um jogo, aqui no Rio Grande do Sul. A performance dele era incrível. Cobranças certeiras, todas “no ângulo”. A torcida da casa, obviamente, vaiava cada cobrança, mas nem por isso deixava de se admirar com a precisão do cara. Mais tarde, no jogo, ocorreu uma falta para o São Paulo, exatamente na posição em que Ceni estava treinando. Ele atravessou o campo, pegou a bola. A torcida já considerava o gol certo para o São Paulo. Mas Ceni isolou, jogando a bola muito longe. Alívio para a torcida e uma lição para mim: até mesmo os mais preparados podem falhar sob pressão.

O tamanho da aposta redefine o jogo. Impõe limites ao comportamento. São as emoções que distinguem a teoria da prática.

Quando o placar é evidente, quando fica claro quem está ganhando e quem está perdendo, transformamos fatos em argumentos. O subjetivo cede um pouco mais de espaço para o objetivo. Aliás, “objetivo” é o que se torna mais evidente, mais alinhado, quando há um placar.

Aliás, fatos, dados — eles nunca contam a história toda, mas sempre complementam a história muito bem. Estudos sobre comportamento humano indicam que pessoas tendem a assumir riscos maiores e a agir com maior cautela quando sabem que estão sendo avaliadas ou comparadas, mostrando como o placar afeta nossa psicologia.

Da série “Lições que aprendi mas que já sabia”, eis o mais novo episódio: “a qualidade do jogo é definida pela qualidade do placar.”

Na empresa, na vida, eu explico de novo e outra vez o que estou tentando fazer. Estou compartilhando o propósito? Não! Só há propósito definido quando há um placar. Em contextos corporativos, por exemplo, metas claras e sistemas de feedback não apenas orientam, mas também motivam os funcionários, demonstrando que sem um “placar” definido, as metas podem parecer distantes ou irrelevantes. O placar não é apenas uma medida de progresso, mas um facilitador de engajamento e sentido no trabalho que realizamos.

29/04/2024